Metro Rock: Considerações Finais

Nunca fiz um evento tão perigosamente em cima da corda bamba como o Metrô Rock. Apesar de, teoricamente, nenhuma várias associações e coletivos fazerem parte (cinco mais precisamente) deste evento, no fim das contas quem participou efetivamente da organização e da mobilização de pessoas foram poucos. O evento seria mais uma grande festa para grilos e mosquitos dançarem, e SE, dançarem. Mas não. E logo eu pensei no que  disse o Batata na palestra onde surgiu ele e mais duas pessoas convidad por ele, presidente do coletivo B.I.L de Canoas, precisavamos apenas dar o primeiro passo.

Quem disse que nao podemos fazer sozinhos?

Foram vários problemas que por hora não valem a pena ser discutido muito a fundo. Talvez faltou muita comunicação e, talvez, MUITA disposição de alguns coletivos e associações para ajudarem a organizar e deixar o evento com a cara que devia ter: um lançamento de um coletivo maior onde seria o começo de uma união de vários coletivos da região metropolitana. Na verdade, o discurso é bonito, traz citações de nossos irmãos nordestinos como exemplo do que pode dar certo com o bem sucedido projeto fora do eixo e chega a ser romantico de tão empolgante que é a idéia de unir coletivos de todos os locais do estado, mas, infelizmente, a prática ainda é uma realidade muito distante.

É claro que esse é apenas o primeiro evento e tudo pode mudar. Certo também que é uma tarefa complicada e que trabalhar com diversas pessoas com realidades, metas e objetivos muito distantes um do outro é uma tarefa árdua e de aparência sonhadora e inútil. Mas temos que lutar na verdade contra essa cultura dominante e mesquinha que temos por essas bandas do sul: a de enxergar para o seu próprio umbigo, peludo diga-se de passagem. Temos que lutar contra essa atitude que parece que todo o musico que monta uma banda ganha instantaneamente quando chega em um show: um rei na barriga. Temos que ser a contra cultura que se espalha como um virus para todos os lugares possíveis. Temos que ser ouvidos e também aprender a ouvir e lembrar que no fim todos vão para o mesmo buraco e que não adianta ficar empurrando o outro para ele cair primeiro que você. Mas primeiro de tudo devemos aprender que devemos respeitar aquilo que foi de acordo de todos desde o inicio, aquilo que foi discutido e aprovado por todos. Devemos dar a palavra e cumprir ela, não deixando assim ninguém na mão, com cara de tacho.

Isso tudo,não quer dizer que o evento foi ruim. Pelo contrário, foi muito bom dentro dos limites que foram sendo impostos pelas dificuldades. E, porra,  eu me diverti como há muito não me divertia em um show. Além de tudo, este show   serviu, e muito, como uma lição daquelas que entram e nao saem mais da cabeça. Agradeço a todos que ajudaram de alguma forma. Agradeço as bandas que foram ótimas. E espero continuarmos nessa batalha, que sábado apenas teve o seu inicio, para semearmos muito mais do que shows.

Em breve fotos do Show. =D